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Artigo PROJETO URB-AL: UMA EXPERIÊNCIA EM EAD, UTILIZANDO A PLATAFORMA MOODLE.
Helenice M. Barcellos Bergmann
RESUMO
Esse artigo tem como objetivo relatar uma experiência de um curso em Educação a Distância, desenvolvida pela equipe de Gerência de Tecnologias Educacionais, da Secretaria Municipal de Educação de Vitória - SEME. Esse projeto partiu de uma parceria entre a SEME e o Programa URB-AL, cujo objetivo principal é “aproximar as Tecnologias da Informação e da Comunicação dos cidadãos mediante a aprendizagem permanente.”
Esse projeto é uma iniciativa da Comunidade Européia e teve início em fevereiro de 2005. Insere-se nos objetivos da chamada “Sociedade da informação”, que preferimos chamar de “Sociedade do Conhecimento”, tendo em vista buscar uma integração entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, visando diminuir a “brecha digital” com a oferta de cursos on-line, na perspectiva de formação permanente do cidadão.
A partir de um levantamento sobre as principais instituições que realizam ações de inclusão digital na cidade de Vitória (ES), convidamos aquelas que se interessaram em desenvolver parceria com a Secretaria Municipal de Educação, explicando os objetivos do Projeto URB-AL, ou seja – oferecer cursos a distância na modalidade blended learning, para essas instituições bem como aos professores que atuam nas escolas da rede municipal e que possuem laboratórios de informática.
Palavras-chave: Projeto URB-AL, Educação a Distância, Inclusão Sócio Digital, Metodologia de Curso Online.
INCLUSÃO SÓCIO DIGITAL
A expressão “inclusão digital” surge no contexto da Sociedade da Informação e representa a necessidade de estender a toda a população os benefícios decorrentes dos avanços científicos e tecnológicos alcançados pela sociedade, tendo em vista a constatação do abismo existente entre países e pessoas que têm acesso a uma nova modalidade de colonização de um novo espaço – o virtual, e aqueles que se encontram impossibilitados de adentrar a esse novo território, por falta de condições de acesso (os chamados infoexcluídos ou analfabetos digitais).
Pensar criticamente os processos de exclusão/inclusão social/digital impõe um mergulho na complexidade e nas controvérsias do mundo atual, o que implica uma discussão abrangente sobre a temática. Não se pode discutir inclusão dissociada de seu oposto – a exclusão, que se manifesta de várias formas na sociedade. Dupas (2002, p.20), afirma que o conceito de exclusão leva em consideração não apenas a carência dos bens materiais e culturais da sociedade, mas refere-se a uma privação coletiva de poder, a falta de representação política, a questões de justiça e de cidadania.
A exclusão digital é uma das muitas formas de manifestação da exclusão social. Não se trata de um fenômeno isolado ou que possa ser compreendido separadamente, mas representa uma conseqüência das diferenças já existentes na distribuição de poder e de renda. Para Schwartz (2002), a exclusão digital limita a inserção do Brasil no mundo globalizado. Para ele a “questão de fundo é técnica e metodológica, mas também política e empresarial”.
Uma escola consentânea com seu tempo precisa abrir-se para outros espaços da sociedade por onde circulam os saberes, atuando na contramão do processo de fragmentação social, aumento de competitividade e pragmatismo exacerbado. A escola do século XXI, portanto, não é aquela que prioriza equipamentos de informática e a construção de sistemas de informação em rede, mas aquela que retoma o papel de socialização e preservação dos laços de solidariedade, articula redes de conhecimento e informação e constrói espaços coletivos que associam a teoria à prática concreta, acompanha as dúvidas e os impasses emergentes, reconstrói saberes. Trabalha em conjunto com outros espaços formativos, descentralizados, enredados, mutáveis e dinâmicos, associando escolas, universidades, centros de pesquisa e informação, telecentros, ONGs e outras instâncias da sociedade.
Na sociedade da informação o foco principal não pode se concentrar exclusivamente na tecnologia, nem na ciência, mas deve se voltar para a educação, o cidadão, a espécie humana, considerados como elementos indispensáveis a um processo de desenvolvimento social mais amplo do qual a educação tecnológica é apenas uma faceta.
INÍCIO DO PROJETO URB-AL EM VITÓRIA
A Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Vitória é uma das cidades sócias do Projeto Urbal 13 - “Aproximar as Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC dos cidadãos mediante a aprendizagem permanente” e, tendo como uma das metas de governo a inclusão digital vem desenvolvendo ações nessa área, principalmente junto às escolas da rede e mais recentemente com a criação de telecentros nas regiões periféricas.
Outros sócios do Projeto são os seguintes:
- Municipalidade de San Sebastián, Espanha: sócio coordenador.
- Naestved Kommune, Dinamarca.
- Municipalidade de Vitória, Brasil.
- Municipalidade de Valparaíso, Chile.
- Municipalidade de Cuenca, Equador.
O projeto URB-AL teve início em 2005, com o objetivo de formar uma rede social, estabelecendo parceria com instituições da cidade de Vitória, que já desenvolviam algumas ações na área de inclusão digital. Para isso foi realizada um levantamento dessas instituições, com o intuito de oferecer um curso piloto de formação a distância, identificando o interesse dessas instituições em participar do curso, levando-se em consideração os conteúdos que melhor se adequariam às diferentes realidades, de forma contextualizada e visando a formação de uma rede colaborativa de comunicação e aprendizagem.
Um dos objetivos do projeto URB-AL foi o de contribuir para o desenvolvimento de ações significativas, voltada aos interesses das instituições parcerias com vistas ao desenvolvimento social e cultural, aplicando os conteúdos aprendidos para o reconhecimento das necessidades dos cidadãos que fazem uso das TIC, o desenvolvimento da capacidade de organização, a melhoria da auto-estima, da comunicação com os participantes, do conhecimento de sites e serviços online, que poderiam contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
O Projeto representou uma oportunidade de ampliar as ações de inclusão sócio-digital da Secretaria Municipal de Educação, com oferta de cursos a Distância, estabelecendo parceria com ONGS e outras instituições locais, por bem como aos profissionais da educação, que atuam em laboratórios de informática das escolas da rede municipal de educação de Vitória.
As etapas do projeto foram as seguintes:
Atividade 1: Lançamento do projeto em dezembro 2004. Assinatura oficial com presença dos representantes de cada cidade sócia, em Vitória - março 2005. Em fevereiro de 2005 foi assinado em Vitória o convênio entre as cidades sócias, ocasião em que se estabeleceu o plano de trabalho e os resultados que se esperavam obter com o desenvolvimento do projeto.
Atividade 2: Estudo do ambiente local, realizado no período de março a maio de 2005, com o objetivo de levantar as ações de inclusão digital de cada cidade participante do Projeto, realizando uma análise no que se refere aos serviços baseados no uso das tecnologias para a formação do cidadão e levantamento dos conteúdos por meio de uma pesquisa realizada junto às instituições e aos professores envolvidos no Projeto.
Atividade 3: Curso online para os tutores e responsáveis pelo Projeto na Prefeitura Municipal de Vitória sobre Metodologia para ambientes virtuais de aprendizagem, no período de abril a junho 2005. Teve por objetivo desenvolver uma metodologia aberta e adaptável, com elaboração de conteúdos formativos apoiados na plataforma e-learning com a finalidade de capacitar os responsáveis pela implementação da capacitação contínua dos cidadãos.
Atividade 4: Definição das estratégias de implantação, realizada no período de Julho a agosto 2005. Teve por objetivo definir uma estratégia para que cada sócio pudesse se adequar e implementar um serviço de formação contínua baseado no e-learning.
Atividade 5: Exchange workshop, ocorrido na cidade de San Sebastian (Espanha) nos dias 26 e 27 setembro 2005, com participação dos parceiros sócios do Projeto, para socialização das experiências e definição da estratégia de implantação dos cursos de acordo com a realidade de cada país e a definição de uma metodologia para os ambientes virtuais de aprendizagem comum para todos os sócios.
Atividade 6: Capacitação pedagógica e em gestão de conteúdos para os responsáveis pelo projeto, ocorrida no período de novembro a dezembro de 2005. Teve por objetivo proporcionar aos técnicos e pedagogos dos municípios os conhecimentos necessários para a implantação de uma metodologia de cursos online e elaboração de estratégias de ações virtuais de aprendizagem.
Atividade 7: Ação virtual de aprendizagem acontecida no período de maio a julho de 2006. Teve por objetivo validar a metodologia que se criou durante as fases anteriores do projeto mediante o desenvolvimento de ações piloto de formação em cada cidade.
Atividade 8: Seminário final em Valparaíso, Chile, em setembro de 2006. Nesta reunião forão apresentadas os cursos online, bem como resultados e avaliação final do projeto.
Atividade 9: Coordenação do projeto e difusão dos resultados e divulgação do manual de boas práticas. Atividade a ser desenvolvida pela cidade coordenadora durante todo o projeto. Dezembro 2005 – dezembro 2006.
A Secretaria Municipal de Educação de Vitória já desenvolvia ações de inclusão digital, junto às escolas da rede, com uma conotação mais voltada para a alfabetização digital e inserção no mercado de trabalho tais como:
- Informática Básica para Jovens e Adultos, com o objetivo de proporcionar aos alunos do Noturno das Escolas Municipais de Vitória a aquisição de conhecimentos em informática, aumentando suas chances de inserção no mercado de trabalho.
- Informática Comunitária – projeto que visa capacitar adolescentes, jovens e adultos, sobretudo em situação de vulnerabilidade social,.em Informática Básica, objetivando a qualificação da pessoa e sua inserção no mercado de trabalho, promovendo a inclusão digital. Trata-se de uma iniciativa conjunta da Secretaria Municipal de Educação (SEME) e da Subsecretaria Municipal do Trabalho e geração de Renda (SEMAS/ Subger) de Vitória, em consonância com os objetivos e metas do Programa Escola Aberta, estabelecido pelo Governo Federal em parceria com a UNESCO.
- Oitava digital - Proporcionar aos alunos de 8ª séries a aquisição de conhecimentos em informática, aumentando suas chances de inserção no mercado de trabalho, bem como o acesso a informações úteis para uma participação ativa e responsável na sociedade.
- Internet para Todos - Propiciar à comunidade escolar e local acesso às novas tecnologias da informação, de forma gratuita, aumentando suas chances de concorrência no mercado de trabalho, com vistas a melhorar sua qualidade de vida, por meio do acesso às fontes de conhecimento e informações necessárias, contribuindo para a diminuição dos índices de analfabetismo digital.
O desenvolvimento da multimídia, das novas formas interativas de acesso à informática, das conferências e criação de redes via computação representam o mais novo território de disputa a ser “conquistado” pela sociedade e dessa forma, tornam-se objeto de desejo principalmente para os jovens que vivem nas periferias e que dificilmente têm aceso a esses recursos de suas casas.
Quanto às atividades desenvolvidas por outras secretarias e instituições visitadas temos o seguinte quadro:
CAT-Casa do Adolescente Trabalhador - iniciou suas atividades em maio de 1995 e tem como objetivo atender a jovens e adolescentes na faixa etária entre 14 e 17 anos, provenientes de famílias de baixa renda e em situação de risco social. Oferece cursos de iniciação e qualificação profissional, por meio do programa PROCAM do Serviço Nacional de Atividade Industrial (SENAI)
Centro de Referência de Assitência Social - A Subger também oferece cursos de informática básica em convênio com o SENAI., e em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e a comunidade. Os cursos são gratuitos e os alunos recebem material didático e certificado após a conclusão.
As redes de movimentos sociais utilizam-se da possibilidade que oferecem as redes tecnológicas, de troca horizontal de informação, para fortalecer suas estratégias de conquista de espaço na sociedade. Atualmente, muitas redes de movimentos sociais e culturais estão surgindo estimuladas pelas redes informacionais e a partir de seu "locus", como por exemplo, as redes de educação ambiental, para citar um exemplo.
O Comitê para Democratização da Informática - CDI, é uma organização não governamental, sem fins lucrativos que desde 1995 desenvolve ações de inclusão social, utilizando a tecnologia da informação como um instrumento para a construção e o exercício da cidadania. Através de suas Escolas de Informática e Cidadania, o CDI implementa programas educacionais, com o objetivo de mobilizar os segmentos excluídos da sociedade para a transformação de sua realidade.
O CDI trabalha em parceria com entidades comunitárias, provendo os equipamentos, softwares e a implementação do modelo educacional, através do treinamento e acompanhamento contínuo de coordenadores e educadores. Em Vitória trabalha em colaboração com a ACES – Associação Comunitária do Espírito Santo. Tem vários centros que são parceiros desse Projeto. Algumas das instituições mapeadas são as seguintes:
Caoca – Casa de Acolhimento e Orientação às crianças e adolescentes;
Fundação CDL - Câmara de Dirigentes Lojistas;
Instituto Joana D’Arc - Organização Não Governamental;
Projeto Sarça – parceria com igrejas, escolas e outras instituições e ajuda
de educadores sociais e voluntários;
Obra Social Nossa Senhora das Graças – parceria com universidades
como a Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes e a Faculdade
Salesiana;
Sesi/ FAVI-ES - Serviço Social da Indústria do Espírito Santo e a
Faculdade de Vitória;
Núcleo de Cidadania Digital – NCD/UFES – cursos de informática e
acesso à internet para a comunidade, alunos, professores e servidores da
UFES.
Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
Oferece cursos de informática a empresas de pequeno porte, Educação a
Distância e orientação aos telecentros de informação e negócios.
Metodologia
O ponto chave para o sucesso das ações de inclusão digital recai sobre a formação e preparação dos técnicos e profissionais da educação. Dessa forma, a preocupação inicial para o bom desenvolvimento de projetos que têm como pressuposto proporcionar ações de formação continuada, via web, foi realizar uma sondagem, junto aos futuros participantes do curso, sobre os conteúdos e/ou temas que eles gostariam que fossem abordados, tendo em vista realizar uma adequação ao contexto cultural e aos recursos tecnológicas disponíveis..
Percebeu-se que a formação de redes dinâmicas de comunicação entre as instituições e também entre as escolas é ainda incipiente, apesar de ambas contarem com conexão à rede internet. Os principais desafios consistiriam, portanto, na formação de uma cultura digital nas escolas e instituições envolvidas no projeto, no compromisso e ousadia em buscar metas mais dinâmicas e arrojadas, no desenvolvimento de habilidades para o uso efetivo da rede e nos processos de cooperação entre instituição e academia (os alunos e profissionais da educação).
PLANEJAMENTO DO CURSO DE APRENDIZAGEM ONLINE.
Essa atividade corresponde à fase sete do Projeto, em que nos encontramos no momento, elaborando os conteúdos para dar início ao projeto piloto de um curso online.
Os conteúdos, juntamente com plataformas apropriadas e recursos tecnológicos adequados, adquirem especial relevância, constituindo peça fundamental de toda solução de e-learning. São elementos chave no processo de Educação a Distância, e indicam graduações diferentes de valores, além de constituírem, em grande parte, os responsáveis pela motivação, pelo êxito da aprendizagem ou pelo grau de desistência dos cursos online.
Dessa forma, levantamos os seguintes questionamentos ao iniciarmos o planejamento do curso online: Como produzir conteúdos contextualizados, de acordo com o contexto, a necessidade e a realidade dessas instituições? Com que critérios? Para satisfazer a quê tipo de demanda? Com que nível de qualidade?
Durante o desenvolvimento do Projeto URB-AL em Vitória, realizamos um mapeamento das instituições que possuem ações de inclusão digital. Após esse mapeamento, agendamos um seminário para apresentação e socialização dos resultados obtidos, com representantes de cada uma das instituições e com os professores, pedagogos das escolas que possuem laboratórios de informática e técnicos da SEME. Na ocasião fizemos uma pesquisa para identificar os conteúdos/temas que eles gostariam que fossem ofertados no curso online, conforme listado abaixo:
a) Quanto aos temas/conteúdos:
• Diversos usos das TIC;
• Temas motivacionais para o trabalho com comunidades,
• Noções de empreendedorismo, relações humanas, cidadania, participação, movimentos sociais;
• Pedagogia de projetos, socialização de projetos e propostas pedagógicas com o uso das TIC
• Trabalho com temas transversais como ética, valores, meio ambiente, sexualidade;
• Trabalho inter e transdisciplinar
• Noções básicas de informática, eletrônica e manutenção de hardware.
b) Quanto aos serviços ofertados:
• Navegação orientada na internet;
• Conhecimento técnico sobre ferramentas, softwares e outros;
• Análise de softwares educativos;
• Ambientes virtuais de aprendizagem;
• Participação em fóruns de discussão;
• Cursos na modalidade presencial, a distância ou híbrida;
A partir desse levantamento, procedemos ao planejamento do Curso de formação online, intitulado “Processos inclusivos e letramento digital – mediação pedagógica”, seguindo os seguintes passos:
I- Público alvo: professores, monitores, voluntários de ONG, professores de laboratórios de informática das escolas municipais e técnicos da Secretaria Municipal de Educação.
II – Definição dos objetivos:
• Capacitar vinte (20) profissionais das instituições visitadas, bem como professores e técnicos, com formação teórico-pedagógica que subsidie suas práticas, incentivando a participação, os processos colaborativos em rede e a cidadania.
• Desenvolver habilidades de pesquisa na internet com finalidades específicas;
• Conhecer as plataformas de software Livre e software proprietário;
• Utilizar ambiente online para promoção de aprendizagem permanente e formação de uma comunidade virtual de aprendizagem;
• Desenvolver uma atividade prática junto aos usuários de cada entidade/escola envolvida no curso.
III – Metodologia e duração do curso:
Modalidade blended learning, com atividades presenciais no início, meio e término do curso. O curso terá a duração prevista de dois meses ou 30 horas.
A atividade inicial tem como finalidade familiarizar os usuários com o ambiente do curso. Durante o curso haverá pelo menos uma atividade presencial, para solucionar as dúvidas e ao final uma atividade de apresentação da atividade prática.
IV – Estruturação dos conteúdos:
I Sociedade da informação e comunicação:
Noções sobre a Sociedade de Informação, redes sociais e integração das mídias.
O trabalho com hipertextos – aprendendo a inserir links e comentários.
II Internet pedagógica e Comunidades Virtuais de Aprendizagem:
Histórico da internet e pesquisa pedagógica em sites orientados;
Leitura do texto: Desafios da internet para o professor – José M. Moran.
O que são Comunidades Virtuais de Aprendizagem, processos colaborativos de aprendizagem.
III Organização do trabalho pedagógico com a utilização das mídias:
Leitura de texto: Dos meios à mediação –
Teorias sócio-construtivistas
Elaboração de projetos pedagógicos.
Esses conteúdos foram estruturados e divididos em módulos, por temas, indicando objetivos gerais e específicos, os recursos a serem utilizados (textos, elementos gráficos, vídeos), as atividades previstas (debates nos fóruns, discussão e preparação de trabalhos escritos, busca de temas em sites e artigos e tempos para cada uma das atividades.
COMENTÁRIOS FINAIS
Percebeu-se, durante o mapeamento das instituições, que a formação de redes dinâmicas de comunicação entre as instituições e também entre as escolas é ainda incipiente, apesar de ambas contarem com conexão à rede internet. Os principais desafios consistiriam, portanto, na formação de uma cultura digital nas escolas e instituições envolvidas no projeto, no compromisso e ousadia em buscar metas mais dinâmicas e arrojadas, no desenvolvimento de habilidades para o uso efetivo da rede e nos processos de cooperação entre instituição e academia (os alunos e profissionais da educação).
Uma escola consentânea com seu tempo precisa abrir-se para outros espaços da sociedade por onde circulam os saberes, atuando na contramão do processo de fragmentação social, aumento de competitividade e pragmatismo exacerbado. A escola do século XXI, portanto, não é aquela que prioriza equipamentos de informática e a construção de sistemas de informação em rede, mas aquela que retoma o papel de socialização e preservação dos laços de solidariedade, articula redes de conhecimento e informação e constrói espaços coletivos que associam a teoria à prática concreta, acompanha as dúvidas e os impasses emergentes, reconstrói saberes. Trabalha em conjunto com outros espaços formativos, descentralizados, enredados, mutáveis e dinâmicos, associando escolas, universidades, centros de pesquisa e informação, telecentros, ONGs e outras instâncias da sociedade.
Na sociedade da informação o foco principal não pode se concentrar exclusivamente na tecnologia, nem na ciência, mas deve se voltar para a educação, o cidadão, a espécie humana, considerados como elementos indispensáveis a um processo de desenvolvimento social mais amplo do qual a educação tecnológica é apenas uma faceta.
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